quinta-feira, 22 de maio de 2014

"Pecado" de Sylvia Day [OPINIÃO]

Edição: Maio de 2014
Págs.: 352
Editor: Quinta Essência
ISBN: 9789897261237

Sinopse:

Numa noite quente de verão, a apenas algumas horas do seu casamento, a discreta Lady Jessica Sheffield testemunhou uma cena da qual nunca irá recuperar. Vê o jovem Alistair Caufield numa cena ferozmente íntima com uma mulher muito mais velha. Chocada, mas estranhamente excitada, ela manteve silêncio sobre o que viu, e caminhou até ao altar como esperado. Mas, ao longo de anos de um casamento sereno e normal, a imagem de Caulfield continuou na sua imaginação, alimentando sonhos muito ilícitos...
Alistair fugiu da tentação da debutante recatada com o fogo da paixão nos olhos para as Índias Ocidentais. Enquanto comerciante bem-sucedido, tem pouco em comum com o jovem libertino que ela conhecia. Mas quando, sete anos depois, a recém-viúva Jessica sobe a bordo do seu navio para uma viagem até à Jamaica, os sete anos de prazeres negados são mantidos em xeque apenas por algumas camadas de seda… e pela certeza de que renderem-se irá consumir os dois...

Opinião:

"Pecado" é o primeiro livro da série de romance de época da nossa já bem conhecida, Sylvia Day, que nos chega por intermédio da Quinta Essência.

Os protagonistas, Jessica e Alistair conhecem-se há vários anos, e é há esse mesmo tempo que vêm fugindo à implacável atracção que os une. Depois de um acontecimento despudorado, poucas horas antes do casamento de Jessica com Benedict Tarley, dá-se o afastamento dos protagonistas, até que a jovem enviúva.

Vinda de um casamento feliz, e ainda chorando a morte do querido marido, Jessica decide tomar rédeas do seu destino, incluindo das suas propriedades além mar.

Aproveitando esta oportunidade, Alistair Caulfield, o infame sedutor, lança-se na viagem com Jessica, de forma a conquistar o objecto da sua atenção há sete longos anos.

Parecem destinados um para outro, mas as suas responsabilidades, e a condição permanente de Jessica põem tudo em questão, quando a vida de Alistair dá uma volta inesperada de 180º.

"Pecado" surpreendeu-me imenso. Depois da série Crossfire, que adorei, e de explorar a vertente paranormal da autora, que é bastante fraca quando comparada com a contemporânea, pensei que o entusiasmo nunca se viria a repetir, mas Sylvia Day mostrou que sabe "dar cartas" no romance de época, impressionando-me e encantando-me com este seu livro.

A vertente sexual, sempre bem explícita e patente nas obras da autora, mantém-se. Cenas fogosas e desenfreadas fazem as delícias do leitor. Apesar da preferência na parte física, bem ilustrada na escrita de Day, o lado emocional, a vertente sentimental, e até o passado das personagens, não são, nunca, deixados aquém. A autora prima pelo desenvolvimento das ligações entre as suas criações, solidificando sentimentos, envolvendo o leitor numa bela serenata.

Congratulo a autora pela sua dose de realismo incutido nas personagens: assuntos tabu como a violência doméstica (algo insólito neste tipo de romances, onde tudo é um  mar de rosas) e a prostituição; o casamento feliz de Jessica com Tarley (usualmente, os primeiros casamentos dos protagonistas são traumáticos e infelizes); o romantismo masculino (sendo que, a maioria dos protagonistas masculinos são de poucas falas, quase aversos ao romantismo, e sem defeitos alguns, por conseguinte, o oposto de Alistair).

A par de casal principal, temos Hester, a irmã mais nova de Jessica, e Michael Sinclair, o irmão mais novo de Tarley, que apesar de nunca se envolverem, adquiri-lhes um enorme carinho e estima, e anseio que a autora lhes dê a atenção devida, com o seu próprio livro.

"Pecado" é fogo escrito, é carnal e cru, mas também emocional, corajoso e amoroso.
Com uma escrita acessível, e dura nos momentos certos, "Pecado" é de leitura muito fácil e rápida, deixando-me a penar por mais ao terminá-lo.

Sylvia Day mostra a sua mestria em mais um género literário.
 
"Pecado" é uma leitura de época a não perder, que incendeia os sentidos do leitor com a sua escrita viciante e muito quente. 
Com um título tão apropriado, esta leitura não deixa ninguém indiferente, levando-nos a viajar nas nossas fantasias mais ocultas.

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